Uma história de esperança

Uma história de esperança
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"Foi num dia de Verão que, ao passar numa praça cheia de gente, vi um casal jovem e reparei na agressividade do rapaz, chamado João, sobre uma jovem rapariga de pele clara, rosada e lavada em lágrimas. Ela não reagia.

De repente, num impulso que tomou conta de mim, estávamos nós os três frente a frente. Nada impedia o João de me afastar da situação com agressividade e nada me impedia de querer saber da rapariga de olhos claros, postos na minha alma.

Na conversa estava uma vida difícil com problemas gravíssimos, a acontecerem todos ao mesmo tempo.

Depois da pergunta, ela quis vir comigo e instalou- se o desespero no João, que soltou o apelo "Eu também preciso de ajuda!". Aproveitei o baixar da guarda e perguntei-lhe 3 vezes: "O que precisa, João? Diga o que precisa? Diga o que precisa?". De olhos postos em mim, nada penetrava no seu mundo... Em seguida, ainda sem lhe dar espaço para falar, expus-me: "Eu trabalho na Cruz Vermelha ..."

O semblante do João mudou como por magia, a voz baixou e o corpo relaxou... Fixou-me no olhar e disse: "Então pode ajudar-nos?". Dirigiu-se à namorada e perguntou: "Posso contar-lhe a nossa história ?". E contaram.

De repente, o que tinha dominado a relação tinha sido a esperança na Cruz Vermelha, deles e minha.

Foi neste dia que acreditei no impacto, na diferença que a Cruz Vermelha e as pessoas que aqui trabalham podem ter no mundo.

Obrigada João!"

 

Regina Sequeira